O que interessa é o acaso...aqui, ou lá...devires pulsantes podem emergir, sem pretensão de fazer do ajuntamento de palavras, Poesia...
Destinado a acolher afetos. São bem vindos todos os de espírito livre...
Por que me devolves a prova de desamores Bastam as dores, as murchas flores, as promessas mancas, o abandonar das ancas. O desamor, como o amor, não exige fotografia!
Se confuso estás esperaria A brisa passar e remaria em alto mar sem saber nadar e rimaria em versos claros (Há) mar, amor e poesia. Se um furacão te assalta Salto eu em teus braços e tu me ria Vulcão Lava e ironia...
Outrora constelação Rebaixada a estrela candente e cadente caiu em teu pé reluz ofuscante raios, frestas de luz sem cafuné. Antares renasce noutra mujer Vive tua vida pois dar-te-ia a minha. antes que baixasse a maré do dia, (pena amor), pois verias, quanto de amor ainda nos cabia...
Saudade
é extrañamento
por um só momento
me pus a cantar
canções latinas
gritam cá dentro
o que não mais
se pode evitar
o amor morreu
por atropelamento
Violeta Parra
passou a gritar
e o que antes,
fora encantamento
num breu cinzento
o amor pôde "quedar"
Em teus braços Encontro abraços largos, fartos cheios de poesia, fortaleza e maresia. Agora em teus braços fracos, frouxos laços cheios daquilo que um dia foi poesia.
Quando sofre um poeta sua alma chora é mais tinta da bic que vai-se embora. Ao longe, o desamor lhe olha Mais um poema se faz no agora Resistir é perigo mas o amor consigo o poeta leva até seu abismo Ele sabe: permitir é preciso! Ao fim do poema lancinante prece que cesse a dor que se lhe acomete Aposta com deuses que ardis paixões o deixarão em breve o poeta perde. Porém paixão é condição. Prá quem? Dizia a poesia.
Estranho seria Não extrañar-te Mesmo. Não poderia! Estranho sim, não desolar-te assim permaneço mas não me ria! Pois não sem dores e bem intencionados coleciono amores e poemas inacabados.
31 de dezembro! Vivian acordou, tomou um café magro, comeu qualquer coisa sem nenhum esmero e foi resolver coisas pendentes em sua vida... No caminho, comprou uma roupa nova e algo prá assar.
Voltou prá casa, pôs uma música... limpou, limpou, limpou... como se com isto se sentisse mais leve (estava certa)!
Deixou a casa com cheiro de capim limão. Pôs saches entre as toalhas de banho e lençóis, lavou a louça, arrumou os armários, limpou o fogão.
Acendeu um incenso, enfeitou a casa com vasos de girassóis e pimenta malagueta... e esperou o novo ano chegar... à espreita, sem grandes anseios, quase sem esperança... enfim, naquele dia, já congraçada com os girassóis e a pimenta, nada mais lhe faltava...