quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Presença

Foto: Tacianna B. / Arquivo pessoal
Ficou o cheiro,
o jeito,
a pele morta
transmutada em poeira

O gosto de suor
na camisa usada,
a calcinha pendurada,
um livro fechado. . .

Ficou a insistência da presença,

E a curta permanência
prolongada. . .

domingo, 13 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O sofá chegou

Pode ir...
A porta está aberta,
Sempre esteve meu bem.
Era você quem fechava, na ânsia de me proteger.
Mas sabe de uma coisa? A proteção vem de dentro.
Você me disse isto uma vez, lembra?
Não nos prometemos nada.
Porque a necessidade de se fazer presente?
Animais costumam marcar território, mas e você?
E você meu bem?
Mania de se mostrar imprescindível.
Mas você não é. Ninguém é.
Sabia?
Vamos viver nossas vidas,
Pois tudo é belo.
Pode ir...
Gostar apenas não me serve.
Não quero tudo,
Mas não quero nada!
Necessidade urgente de ser eu de novo.
Necessidade urgente, (viu amiga?) de voltar a planar
Do alto de meu décimo terceiro andar...
A culpa é minha sabe?
A culpa é toda minha.
De querer demonstrar tudo de uma vez só
O sentimento que bateu e ficou...
Providenciarei a retroescavadeira
Nem é tão dificil assim.
Acho.
Foi tudo lindo. Pretérito imperfeito.*
Mas uma nova primavera chegou,
E junto com ela,
Um belo sofá.
Podem vir.   Estarei pronta e de braços abertos.

*Pretérito Imperfeito
Expressa o passado inacabado, um processo anterior ao momento em que se fala, mas que durou um tempo no passado, ou ainda, um fato habitual,diário. Por tanto ele não indica a certeza de um fato acontecido, sendo assim chamado este tempo verbal de pretérito imperfeito, pois não se refere a um conceito situado perfeitamente num contexto de passado.
Fonte: Wikipédia